Micro e pequenas empresas empregam 76,8 por cento da mão de obra baiana

Pequenos, como o doceiro Erlon, de Itabuna, contribuem nesta estatística
JBO

 

As micro e pequenas empresas da Bahia foram responsáveis pela geração de 330 mil novos empregos com carteira assinada em 12 anos. No total, os postos de trabalho nesses empreendimentos aumentaram de 337, 3 mil, em 2000, para 667, 3 mil, em 2011. Esse desempenho representa, no período, um crescimento médio de 76,8% da mão de obra empregada. No Brasil, de 2000 a 2011, as MPE geraram sete milhões de novos empregos formais, totalizando 15,6 milhões de postos de trabalho. As informações são do Anuário do Trabalho da Micro e Pequena Empresa, elaborado pelo Sebrae em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

O bom desempenho no período analisado confirmou a importância dos pequenos negócios para a economia baiana. Em 2011, o segmento foi responsável por 99,1% dos estabelecimentos, 51,6% dos empregos privados não agrícolas formais no estado e por 39,1% da massa de salários. Em termos de número de estabelecimentos, de 2000 a 2011, a Bahia superou a barreira dos 289 mil estabelecimentos, com a criação de aproximadamente 107,7 mil novos negócios legais. De cada R$ 100 pagos aos trabalhadores no setor privado não agrícola, cerca de R$ 39, em média, foram pagos por empreendimentos de micro e pequeno porte.

O superintendente do Sebrae Bahia, Edival Passos, informa que ao montar uma empresa, os empresários sabem que podem recorrer a instituições de apoio como o Sebrae, que auxiliam no aumento da potencialidade empreendedora e criativa. Um dos desafios da MPE é avançar na internacionalização”, ressalta Edival.

Aumento de salário nas MPE - A pesquisa do Dieese mostrou que o crescimento da participação das MPE na formalização de novos estabelecimentos e na oferta de trabalho é acompanhado também pelo aumento da remuneração. No período, a remuneração real – descontada a inflação – dos empregados cresceu 27,6%, passando de R$ 748, em 2000, para R$ 962, em 2011. Este resultado foi superior tanto ao crescimento da renda média real de todos os trabalhadores do mercado formal (1,2 % ao ano), quanto daqueles alocados nas médias e grandes empresas (0,9% ao ano). A renda média real dos trabalhadores mostrou melhor desempenho entre 2005 e 2011, com ampliação de 4,3% ao ano.

Uma significativa ascensão da escolaridade dos empreendedores também é detectada no conjunto de dados sobre o perfil e a dinâmica do segmento dos pequenos negócios baianos. Os dados revelam que, em 2001, 43,9% dos empregadores e 10,5% dos trabalhadores por conta própria possuíam, ao menos, o ensino médio completo. Já em 2011, 61,6% dos empregadores e 23,4% dos conta própria alcançaram esse grau de escolaridade.

Edival Passos explica que os números relacionados a escolaridade mostram que o conhecimento é importante para o avanço da MPE e que os empregadores e trabalhadores por conta própria estão mais qualificados e entendem que a busca pela inovação é imprescindível.

Em relação ao total de empregadores e pessoas que trabalham por conta própria, o Anuário do Trabalho da Micro e Pequena Empresa verificou a expansão de 56 mil novos empreendedores, entre 2001 e 2011. Houve ainda uma ligeira expansão na faixa etária considerada mais velha. O total de empregadores com 40 anos ou mais, que representava 64,3% em 2001, cresceu até atingir a proporção de 64,7% em 2011. Entre os trabalhadores por conta própria, houve ampliação semelhante dos mais velhos. Em 2001, 52,9% deles possuíam 40 anos ou mais, proporção que subiu para 59,2% do total em 2011.

Setores da economia - O comércio permanece como a atividade com maior número de micro e pequenas empresas, ao responder por mais da metade dos pequenos negócios baianos, 60% do total das MPE. Por sua vez, o setor de serviços não apenas se manteve como o segundo setor mais expressivo em número, como teve sua participação elevada de 25,3% do total de MPE em 2000, para 27,6 % em 2011. Nesse último ano, havia cerca de 80 mil empreendimentos no setor de serviços. O crescimento da participação relativa do setor de serviços está associado ao ritmo mais acelerado de criação de novas empresas, visto que ele cresceu a um ritmo de 5,2%.